Hoje, dia 18/07, o ex-presidente da
África do Sul Nelson Mandela completa 95 anos. E seu aniversário, desde
2009, é declarado como o Dia Internacional Nelson Mandela pela ONU, em
reconhecimento aos seus trabalhos em prol da liberdade, justiça e
democracia.
Mandela tornou-se o primeiro presidente
negro da África do Sul após o fim do regime racista do Apartheid, em
1994. Tornou-se mundialmente reconhecido pela sua intensa oposição ao
regime segregacionista imposto pelos descendentes dos colonizadores
holandeses no país.
Sua vida política rendeu-lhe uma
detenção por ter violado a ordem de restrição aos negros de não sair do
país e a condenação à prisão perpétua por traição à pátria em 1964.
Durante o processo, declarou em uma entrevista:
Nos outros países africanos, vi brancos e negros se misturando de forma pacífica e alegre em hotéis e cinemas, usando o mesmo transporte público e morando nos mesmos bairros. Voltei para casa para relatar essas experiências aos meus colegas. Cumpri meu dever com o povo e com a África do Sul. Tenho certeza que o futuro mostrará que sou inocente e que os criminosos que deveriam estar neste tribunal são os homens do governo.
Apesar de perseguido e preso, sua
mudança de alinhamento (de guerrilheiro radical para o trato
diplomático) foi o caminho para a negociação de sua liberdade. Membro de
uma aristocracia tribal, advogado de formação e um dos poucos negros
que sabia falar africâner (a língua dos colonos europeus), Mandela era o
interlocutor perfeito para as tratativas com os líderes radicais de
oposição ao governo que protestavam de forma violenta em diversas
cidades.
Com isso, Mandela é solto após diversas
reuniões em 11 de fevereiro de 1990. Sua liberdade abre caminho para o
estadista que, em quatro anos, liderou o processo de reestruturação
política da África do Sul com a realização de um plebiscito (onde
somente os brancos votaram) que autorizou a convocação de uma assembleia
constituinte. As alterações promovidas na legislação e o fim do
apartheid levaram-no à presidência do país em 1994.
Para demonstrar sua veia conciliatória,
Mandela instituiu a Comissão da Verdade e Reconciliação, destinada a
apurar, sem qualquer previsão de punição, os fatos ocorridos durante o
regime racista; e também garantiu à minoria branca do país participação
no processo político. De forma simbólica, alterou o hino nacional
misturando as duas versões (a oficial até então em africâner e o hino do
CNA, seu partido) e a bandeira, também inserindo as cores da bandeira
revolucionária ao pendão criado pelos brancos em 1928.
Atualmente, Mandela está internado
lutando contra uma infecção pulmonar. Exemplo para diversos homens
públicos ao longo das décadas, incluindo Barack Obama, o “Madiba”
recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Que sua força de vontade que o
fez superar todas as mazelas da discriminação sirva-lhe para melhorar a
saúde. A memória de seus feitos em prol da igualdade racial certamente
ficará como lição a todos nós. Parabéns, Nelson Mandela, pelos seus 95
anos!
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