Durante a campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos, Barack Obama
afirmou que a luta contra as mudanças climáticas provocadas pela
poluição seria uma das prioridades de seu segundo mandato. Nesta
terça-feira (25), Obama anuncia um plano nacional de combate às mudanças
climáticas, cujo objetivo é reduzir a poluição por dióxido de carbono,
impulsionar a produção de combustíveis renováveis e liderar o mundo na
luta contra o aquecimento global. O anúncio oficial será feito ainda
nesta tarde (25), na Universidade de Georgetown, em Washington, D.C.
Entre as propostas do plano, estão novas regulações da Administração
para a Proteção Ambiental (EPA, em inglês), melhorias na eficiência
energética de bens eletrodomésticos, estímulos ao desenvolvimento de
fontes de "energia limpa" e a a limitação das emissões de carbono das
usinas de energia elétrica norte-americanas.
A elaboração do plano nacional deve contar com a ajuda de cientistas,
engenheiros e empresários. "Precisamos de cientistas que desenhem novos
combustíveis e agricultores que os produzam. Precisaremos de engenheiros
que desenhem novas fontes de energia e negócios que as façam e vendam",
afirma Obama.
A iniciativa do presidente deve provocar reações contrárias da
indústria do carvão, de muitos grupos empresariais e parlamentares
republicanos. As usinas de energia dos Estados Unidos geram pouco mais
de um terço das emissões de gases do efeito estufa, e a maioria destas
emissões provém de usinas que dependem do carvão para suas operações. Os
Estados Unidos são o segundo maior emissor de gases estufas do planeta -
atrás da China, apenas.
O posicionamento dos Estados Unidos em relação à preservação do meio
ambiente é considerada bastante polêmica, já que apesar de ser um grande
poluidor, o país não fazia parte de acordos internacionais de redução
de poluentes, como o Protocolo de Kyoto. Contudo, o governo
norte-americano apresentou na última conferência de Copenhague sobre o
clima a meta de reduzir 17% das emissões de gases medidas em 2005 para o
ano de 2020.
De acordo com analistas, o governo de Obama não conseguirá cumprir essa
meta sem intervir com novas regulações ou leis ambientais. Dessa forma,
o plano nacional deve ser apoiado em uma série de ações do Poder
Executivo para responder ao desafio da mudança climática, que fora
deixado de lado no primeiro mandato de Obama após o Congresso americano
ter bloqueado o projeto de lei que estabelecia redução substancial de
gases do efeito estufa no país.
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